Uso da madeira na construção civil é seguro, rápido e sustentável 

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Sistemas construtivos industrializados em madeira serão um dos temas do XVIII Ebramem – Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeiras

Para além de conforto e beleza, o uso da madeira na construção civil  vem rompendo barreiras culturais no Brasil à medida que se tornam conhecidos seus benefícios desde a origem da matéria-prima, passando pelo processo construtivo até os efeitos no dia a dia das pessoas. Com sistemas produtivos industrializados modernos e tecnologia de ponta, construções com madeira têm conquistado o gosto do consumidor brasileiro, tornando-se alternativa crescente ao concreto e ao aço.

Construções mais rápidas, seguras, resistentes, com preços mais acessíveis, sustentáveis e, ainda por cima, seguras em casos de incêndios, são apenas algumas das vantagens que a matéria-prima oferece. Na construção civil, a madeira já está presente em projetos construtivos de pontes, estruturas de cobertura em edifícios, construções modulares pré-fabricadas, paredes, lajes, vigas, cabeceiras de grande envergadura, habitações residenciais e muito mais.

Tudo isso graças a sistemas produtivos industriais modernos e que poderão ser conhecidos durante o XVIII Ebramem (Encontro Brasileiro em Madeiras e em Estruturas de Madeiras), que acontecerá em Curitiba, de 05 a 09 de maio, no campus da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Além de reunir acadêmicos, pesquisadores e profissionais da engenharia, arquitetura e design, o Ebramem contará com a presença de 38 expositores da área da madeira engenheirada que trarão o que há de mais moderno em produtos, serviços e tecnologias.

Sistemas como o MLC (madeira laminada colada ou lamelada colada, também conhecida como glulam), CLT (painéis de madeira lamelada cruzada), LVL (Laminated Veneer Lumber – madeira laminada folheada), e light wood frame estarão à disposição dos visitantes que passarem pela feira Ebramem Expo – Madeira Industrializada na Construção – que acontecerá paralelamente ao Ebramem e será aberta ao público.

Especialistas do setor florestal vão mostrar, durante o evento, que optar pela madeira significa mais do que escolher um material de construção. “É uma decisão que valoriza as florestas e o meio ambiente, por conta do sequestro de CO2 e por ser um produto 100% renovável”, pontua o presidente da Associação Paranaense de Empresas da Base Florestal (APRE), Fabio Brun.

Ele observa que a adesão brasileira à madeira ainda é pequena se comparada a países como Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França e Suécia, entre outros. “Por isso, iniciativas como o Ebramem são tão necessárias. Unir o conhecimento científico ao prático é fundamental para desmistificar conceitos ultrapassados e fomentar uma nova mentalidade construtiva”, destaca Brun.

Além de segura em caso de incêndios e contra os ataques de animais xilófagos, como cupins, vespas e algumas espécies de besouros, o uso da madeira engenheirada possibilita maior precisão nas dimensões durante a fabricação dos elementos construtivos.

Ângela do Valle, presidente do Ibramem (Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira), membro da Comissão Organizadora do XVIII Ebramem e professora da Universidade Federal de Santa Catarina, observa que a madeira permite maior confiabilidade no desempenho estrutural, na eficiência e no melhor aproveitamento do material. “Com uma precisão de décimos de milímetros, e com os valores de propriedades mecânicas de menor variabilidade.”

Atualmente, para que o uso da madeira avance no Brasil, considerando que as barreiras culturais já vêm sendo trabalhadas pelas entidades do setor como a APRE, a Fiep, o Ibramem, a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), entre outras, é preciso que sejam adotadas políticas públicas específicas que incentivem as construções em madeira. “Todos os países começaram pelo setor público que, por meio de legislação específica, exigiram que parte das construções fossem em madeira, ou por meio de isenções fiscais que estimularam o setor privado e a sociedade”, comenta Patrick Reydams, consultor técnico da Fiep.

XVIII Ebramem
O Ebramem é organizado pelo Instituto Brasileiro da Madeira e das Estruturas de Madeira (IBRAMEM), pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), pela Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) e pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), que sediará o evento. As inscrições seguem abertas. Mais informações no site do Ebramem.

 

Principais sistemas construtivos industrializados com madeira

Conheça um pouco mais sobre os atuais e mais modernos sistemas construtivos industrializados que utilizam a madeira engenheirada. 

 

1. Madeira laminada colada (MLC ou glulam)

O que é:

O MLC consiste em tábuas de madeira maciça (lamelas) coladas com adesivos ao longo de seu comprimento. Estas são coladas, uma em cima da outra, formando vigas e pilares fortes. Elas podem formar elementos padronizados, ou peças individuais de grande porte. Também podem ser coladas em curva, o que torna o produto ideal para projetos arquitetônicos expressivos.

Onde utilizar:
– Vigas e pilares expostos realçando o look da madeira natural.
– Pontes e estruturas com vãos livres muito grandes (até 50 m).
– Estruturas de cobertura em edifícios comerciais.

Vantagens para os arquitetos:
– Elevada capacidade de carga com atrativo estético.
– Podem ser curvadas para criar designs extremamente originais.
– Resistente ao fogo devido ao seu comportamento de carbonização.

2. Painéis de madeira lamelada cruzada (CLT)

O que é:
O CLT é feito de várias camadas de painéis de lamelas coladas posicionadas de forma perpendicular entre si, criando um painel de madeira maciço e sólido que pode ser utilizado em paredes, lajes e telhados. O sistema de construção é feito por montagem dos painéis já usinados, parecido ao lego!

Onde utilizar:
– Edifícios residenciais e comerciais de médio porte; ou de 20+ andares!
– Construção modular pré-fabricada.
– Paredes, lajes e coberturas para edifícios de elevado desempenho.

Vantagens para os arquitetos:
– Forte e estável, permitindo painéis pré-fabricados de grandes dimensões.
– Excelente desempenho térmico e acústico.
– Alternativa sustentável ao concreto para uma construção com baixo teor de carbono.

3. LVL (Laminated Veneer Lumber)

O que é:
O LVL é um painel estrutural composto de lâminas finas de madeira (3 mm) coladas entre si e prensado sob calor. Tem uma resistência mecânica fenomenal com um peso baixo, e é utilizado como vigas, testeiras ou painéis. O painel também pode ser serrado em tiras, para produzir vigas e montantes.

Onde o utilizar:
– Vigas e cabeceiras de grande envergadura.
– Telhados e lajes.
– Painéis estruturais de parede.

Vantagens para arquitetos:
– Elevada relação resistência/peso, permitindo grandes vãos.
– Qualidade consistente com menos defeitos naturais do que a madeira maciça.
– Funciona bem com aço e concreto em projetos híbridos.

4. Light Wood Frame (LWF)

O que é:

O light wood frame tradicional envolve a montagem de vigas, montantes e painéis para criar paredes, entrepisos e telhados. As paredes são fechadas com vários tipos de painéis (compensado, painéis de OSB, gesso e fibrocimento) e podem ser termicamente isoladas. Os avanços modernos melhoraram a sua precisão e o seu potencial de pré-fabricação.

Onde utilizar:
– Habitação unifamiliar e multifamiliar.
– Edifícios comerciais de montagem rápida.
– Construção pré-fabricada e modular.

Vantagens para os arquitetos:
– Econômica e facilmente disponível.
– Construção rápida com opções de pré-fabricação.

Fonte: Ebramem Expo.

 

Sobre a APRE

A Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE) representa aproximadamente metade da área total de plantios comerciais no estado. As principais organizações de ensino e pesquisa formam o conselho científico da APRE, conferindo à entidade representatividade e embasamento técnico para o desenvolvimento das ações em prol do setor florestal. Desde 1968, a atuação política, apartidária, faz da APRE a porta-voz do setor no diálogo com as esferas públicas, organizações setoriais, formadores de opinião e sociedade no desafio de promover e fortalecer ações produtivas do setor florestal paranaense.

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