A Descoberta das Américas comemora 18 anos de estrada

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Monólogo premiado será encenado em curta-temporada na Caixa Cultural

A CAIXA CULTURAL APRESENTA a peça “A Descoberta das Américas” em curta temporada no Teatro da CAIXA Cultural de Curitiba, de 07 a 10 de março de 2024, de quinta a sábado às 20 horas e domingo às 19 horas, o espetáculo solo narra, com uma atuação intensa e despojada, com rude ironia, uma outra versão da nossa história, que leva o público a uma inesperada reflexão sobre o período inicial da colonização do Novo Mundo. O texto de Dario Fo, inspirado em fatos reais narrados pelo navegador e cronista espanhol Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, revisita de maneira irônica e crítica episódios ocorridos no século XVI no território que, posteriormente, veio a ser batizado de Flórida, embora essa história pudesse ter se passado aqui mesmo, em terras brasileiras.

Após 6.570 dias, tendo percorrido os 26 estados brasileiros, 8 países de 4 continentes, em mais de 800 apresentações, o espetáculo volta pela terceira vez ao teatro da CAIXA Cultural de Curitiba para uma celebração aos 18 anos da peça em cartaz. O espetáculo aposta na simplicidade, mas também na sofisticação, lançando mão apenas dos recursos cênicos indispensáveis, num registro de interpretação enérgico e dinâmico que estabelece uma comunicação direta e próxima com o público. Um ator só em cena, sem cenário, com figurino e iluminação reduzidos ao mínimo, atuando num estado essencial, de emergência. O protagonista, acossado por uma cruel economia da fome que o faz engenhoso, precisa sobreviver para narrar sua história. Para dar vida a todos os personagens – indígenas, espanhóis, cavalos, galinhas, peixinhos, Jesus e Madalena – ele estabelece um pacto de cumplicidade com os espectadores. Cria com eles um código gestual, mímico e sonoro que faz com que o público saiba o que acontecerá antes mesmo do personagem narrador. Cada detalhe provoca a lembrança do seguinte, como numa história contada de improviso e pela primeira vez.

O monólogo trata da história de um “Zé ninguém”, de nome Johan Padan, rústico, esperto e carismático, que escapa da fogueira da inquisição embarcando, em Sevilha, numa das caravelas de Cristóvão Colombo. No Novo Mundo, nosso herói sobrevive a naufrágios, testemunha massacres, é preso, escravizado e quase devorado pelos canibais. Com o tempo, aprende a língua dos nativos, cativa-os e safa-se fazendo “milagres” com alguma técnica e uma boa dose de sorte. Venerado como filho do sol e da lua, a seu modo, catequiza os nativos e os guia numa batalha de libertação contra os espanhóis invasores.

Um dos maiores sucessos da primeira década do século XXI, o solo narrativo “A Descoberta das Américas” rendeu o Prêmio Shell 2005 de melhor atuação a Julio Adrião e completou, em 2023, seu décimo oitavo ano de itinerância. Eleito pelo Jornal O GLOBO-RJ uma das 10 melhores peças do ano de 2005, o espetáculo vem traçando um caminho amplo e diverso, se levarmos em conta os variados públicos e espaços cênicos que já percorreu. Pequenas cidades do interior, grandes centros cosmopolitas, circuitos universitários e temporadas em salas de teatro, além de diversos festivais no Brasil e no Exterior, possibilitaram encontros com uma grande diversidade de público.

Para Julio Adrião, ator e guardião da obra, “Um espetáculo teatral completar 18 anos não é algo esperado, nem muito menos planejado, pois não basta uma decisão da produção, da direção ou mesmo do elenco, se antes o espetáculo não tiver estabelecido uma identificação com o público que, de certo modo, se apropria da obra, como que exigindo essa continuidade”. Ele acrescenta que manter viva uma obra teatral é uma imensa responsabilidade. “Pois ela precisa seguir não só viva, como também íntegra, necessária e atual, mas, assim como o tempo, muitas das questões por ela abordadas também passam e, para permanecer fiel à sua intenção original, a obra deve estar num constante processo de mutação”, finaliza.

SERVIÇO

A Descoberta das Américas – Monólogo com Júlio Adrião, sobre texto de Dario Fo. Direção: Alessandra Vannucci.

CAIXA CULTURAL CURITIBA – Rua Conselheiro Laurindo, 280 – Centro – Curitiba

Temporada: 07 a 11 de março de 2024 – quinta a sábado às 20h e domingo às 19h.

Duração: 80 minutos

Classificação: 14 anos

Ingressos à venda: R$ 30 (inteira) | R$ 15 (meia)

Bilheteria Terça a Sábado de 10h às 20h | Domingos e feriados de 10h às 19h.

Mais informações e entrevistas:

RB Escritório de Comunicação

Rodrigo Browne – 9 9145-7027

FICHA TÉCNICA

Tradução e adaptação: Alessandra Vannucci e Julio Adrião

Atuação: Julio Adrião

Figurino: Gabriella Marra

Iluminação: Luiz André Alvim

Montagem e operação de luz: Guiga Ensá

Produção Local e Assessoria de Imprensa: Rodrigo Browne | RB Comunicação

Mídias Digitais: Fernanda Botelho

Foto: Renato Mangolin

Produção e Design: Fernando Alax | Casa136 Produções Artísticas

Realização: Julio Adrião Produções Artísticas

 

MINIBIO

Julio Adrião é carioca, ator, produtor e diretor teatral. Formado pela CAL/RJ em 1987, trabalhou por 6 anos na Itália com foco no treinamento físico do ator, nas Cias Teatro Potlach, de Fara Sabina, Abraxa Teatro e Qabaloquá, ambas de Roma. De volta ao Brasil em 1994, criou e integrou o trio cômico Cia. do público até 2002. Produziu e dirigiu espetáculos de teatro e, como ator, participou de diversas produções, em curtas e longa metragens, no cinema e séries na TV. Ganhou o Prêmio Shell/RJ de melhor ator em 2005, com o espetáculo solo A descoberta das Américas, de Dario Fo e em 2021, dividiu com o ator Vertin Moura o troféu Conceição Moura, do VI Cine Jardim/PE, pela atuação no longa Sertânia, de Geraldo Sarno. No Teatro trabalhou com os diretores Moacyr Góes, Fábio Junqueira, Lucia Coelho, Mauricio Abud, Isabella Irlandini, Dudú Sandroni, Márcia do Valle, Sidnei Cruz, Alessandra Vannucci, Tim Rescala, Moacir Chaves, Bia Lessa, Ivan Sugahara e Miwa Yanagisawa, Renata Mizrahi e Isabel Cavalcanti. Como Diretor, dirigiu Roda saia, gira vida com o Teatro de Anônimo, a Ópera O Elixir do Amor na UFRJ, o solo Roliude do ator João Ricardo Oliveira, o espetáculo clown bufão Blefes excêntricos do Circo Dux, o solo musical Fico, com a Cia Chilena Tryo Teatro Banda e produziu e codirigiu, com Florência Santangelo, o solo Antes da aula, com a atriz Aline Oliveira. Desde 2016, produz em parceria com a Casa 136 Laranjeiras, de seu sócio e produtor Fernando Alax.

Alessandra Vannucci é doutora em Letras pela PUC-Rio, professora na Escola de Direção Teatral e na Pós-Graduação em Artes da Cena da ECO-UFRJ, diretora e dramaturga italiana, seus espetáculos receberam prêmios no Brasil e na Itália, como A descoberta das Américas, de Dario Fo (Rio, 2005,Prêmio Shell 2006); Pocilga, de Pasolini (Rio, 2006); Arlecchino all’inferno (Veneza, 2007, Prêmio Arlecchino d’oro 2008, turnê internacional); Il cattivo selvaggio a partir do Macunaíma, de Mario de Andrade (Torino, 2008); Náufragos (Rio, 2009); Café, de Carlo Goldoni (Rio, 2009); Felinda (Rio,2010); Brazilha (Brasília, 2011); O cozido (Brasília, 2012); Invisíveis (Rio, 2014) a partir da obra de Ítalo Calvino; Desaparecida (Rio, 2014); a ópera João e Maria (Rio, 2016); a instalação KATORMOI (Sambuca, Sicília, 2019). Dirigiu, com Dalton Valerio, 5 curtas-metragens com roteiros originais (Evasione! 2005; Nuvole 2006; Il fratello promesso, 2016; In girum 2017 e Nos, refugiados 2018). Escreveu 10 peças encenadas pelo Teatro Cargo (Gênova) entre 2004 e 2020, sendo que as mais recentes (Donne in guerra, 2014 e Andy Warhol Superstar, 2017) ainda circulam na Itália e a última (Antigone, tradução e adaptação da tragédia de Sófocles, com Laura Sicignano) estreou em janeiro de 2020 no Teatro Nazionale de Gênova.

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